sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

3º Capítulo - Inexplicável....

“Poderia fechar os olhos e imaginar que aquilo fora apenas um sonho, mas acordar dele era praticamente impossível”

3º Capítulo – Inexplicável

O hospital estava lotado. É incrível a quantidade de pessoas que conseguem se machucar manuseando apenas uma faca de pão, ou ainda, pegando coisas do armário, se afogando com pedaços monstruosos de tomate, entre tantos outros tipos de acidentes domésticos.

Entretanto, ele estava ali por causa de algo bem mais real, com muita adrenalina e emoção. Ás vezes por pensar desta forma era tido como uma pessoa fria. Não que ele fosse, mas como seus colegas de profissão diziam: “Aquele ali ainda não encontrou o martelo que consegue perfurar seu gelo”, mas só diziam isto, pois não sabiam sobre a sua vida.

Na verdade Jaejoong não gostava muito de hospitais, por isso achava tudo aquilo desinteressante e acabava assim pensando besteiras. Junsu, por sua vez, não se encontrava naquele mundo, sua alma e pensamentos vagavam por outros lugares, outras eras, outros momentos, e percebendo a desatenção daquele que fazia a doação, Hero criou uma tática para acabar com o seu tédio e medo.

-Hey! Junsu! –chamou baixinho – Hey! :Hey! Hey! Xiah! – não havendo resposta Jae resolveu apelar para as brincadeirinhas. – Era uma vez um pequeno Xiahzinho que resolveu que ir tomar um suquinho, olhou para o céu e viu um bichinho que queria pegar seu ursi....

-PELO MEU KARMA JAE!!!! – gritou irritado o amigo que já ia se lembrando dos tempos de inferioridade.

As enfermeiras presentes na sala resolveram sair, depois de olhar com uma cara de desaprovação para a dupla dinâmica que se encontrava na sala de doação de sangue. Junsu queria muito afastar-se daquela cadeira e “brigar” com Jaejoong, mas resolver apelar para a sensibilidade do rapaz. Era apenas ele que sabia o ponto fraco de Hero, era apenas ele que poderia confrontá-lo. Naquele momento a expressão de Xiah se tornou diabólica, uma expressão digna de menino fofo que vai aprontar, por isso resolveu continuar o monólogo.

-Xiah! Você sabe que o xerife está muito nervoso, então não vamos demorar muito.

-Hero, me diga uma coisa.... – começou o moço.

-Claro, uma coisa. (gota)

-Vou fingir que não ouvi isso.- respondeu fazendo careta – Chegue mais perto de mim.

-Por quê?

-Só chegue mais perto de mim .... isso .... mas perto .... aí tá ótimo.

Em um único movimento Xiah encontrava-se, na sua mão livre, com uma agulha brotada de sei lá onde, que surgiu dos confins de uma bandeja de medicamentos e com uma agilidade única fez com que Hero tropeçasse e coloca-se seu braço sobre o seu colo, prendendo-o com a mão ocupada. O que era aquela expressão de pânico nos olhos do amigo, o que era aquela cor pálida e lábios secos que expressavam uma situação de borrar as calças.

-E aí! – disse Junsu com um sorriso perverso encantador – Agora você vai querer ou não levar a sério essa situação? Vai parar de brincar, hein Jaejoong?

-Ei, vire esse negócio pra lá Xiah! Você acha que o que? Que eu sou de ferro? – perguntou o amigo engolindo em seco.

-Está com medinho Jae? Pensei que o super Oficial da Avex estadual sabia cuidar de tudo, não tinha medo de nada. Mas o que eu vejo aqui? Que uma agulha te assusta muito!! – provoca.

- Junsu, Junsu .... – disse Jaejoong tentando se desvencilhar.

- Jaejoong, Jaejoong. Pois só tente me irritar novamente que você vai ficar todo furado de tanta injeção que irá tomar. – disse soltando o braço do amigo e colocando a agulha novamente na bandeja.

-Credo Junsu, é você que fica no mundo da Lua e sou eu que levo! Posso saber o que lhe desligou desse mundo e te levou para a órbita dos ETs?

- Não. – respondeu secamente Junsu, decidindo brincar logo em seguida – Hyung já que está muito interessado me responda uma coisa.

- Diga.

- Por que você não vai pastar? – perguntou sarcástico.

- Porque estou esperando você trocar as ferraduras. – respondeu seriamente dando uma longa e maravilhosa risada em seguida.

Tirando briguinhas como está, que ocorriam muitas vezes ao dia, Hero e Xiah sempre tiveram uma amizade sólida e respeitável. Eles ainda se lembravam, como se fossem ontem, da primeira vez que se viram, da primeira vez em que se ajudaram mutuamente como dois grandes amigos. Mas naquele momento memorias como aquelas não importavam tanto, pois logo que começaram a brotar na mente fechada dos agentes a atenção deles foi inesperadamente capturada pela movimentação de médicos no corredor daquele bloco do hospital. Rapidamente, como se sua vida dependesse daquilo, uma enfermeira entra muito aflita na sala e se dirige a Xiah.

- Sr. Junsu. Com licença. Você sabe de outras pessoas com este mesmo sangue? – pergunta nervosa, retirando o pacote de sangue já cheio.

- Desculpe-me senhorita, mas no momento eu não consigo me lembrar. Mas por quê?

A enfermeira nem teve tempo de responder quando outra chegou com uma cara de morte. “O que está acontecendo neste hospital, será que o presidente está internado aqui e todos estão nervosos por causa disso?”, pensava seriamente a dupla dinâmica.

- Mary, precisamos disso logo. Ela está na UTI, os batimentos cardíacos estão muito fracos, o seu sangue está se esvaindo muito rápido e o Doutor teme que ela morra rapidamente. Precisamos fazer de tudo para salvá-la.

-Sim. Aqui está. – disse Mary entregando a bolsa de sangue para a outra. Vou procurar mais doadores.

- Sim, faça isso rápido. Se ela morrer o Doutor se culpara eternamente.

Com a saída da enfermeira, Mary rapidamente entregou os papéis de doação de sangue para Junsu e foi procurar a lista de doadores na recepção. Hero e Xiah nada estavam entendendo, a curiosidade estava atinando as suas almas, mas eles precisavam concluir o trabalho antes que Rainie ligasse se mostrando irritada.

- Vamos ?- perguntou Junsu, entregando os papeis da enfermeira na recepção iluminada e surpreendente do hospital.

- Vamos. – disse Hero olhando rapidamente para a reportagem que estava passando na TV, assustando-se com o teor da manchete: “Anaê Myennett, filha do falecido milionário Henry Myennett, foi assaltada e baleada. Seu estado de vida é frágil.”

Yoochun queria livrar-se rapidamente daquelas roupas, entretanto ainda teria muitas confissões para ouvir, já que era dia. Na realidade, o problema era que ele se encontrava um tanto quanto transtornado com a situação que ocorrerá e queria alguém para desabafar, afinal padres também se confessam. Naquele silêncio que emanava da Igreja, ele começou a pensar sobre sua vida, sobre as escolhas que o levaram para ali, mas naquele momento nenhuma delas pareceu-lhe correta.

No silêncio da Igreja um novo fiel apareceu. Ao julgar pelos barulhos produzidos por ela imaginava-se que o mesmo havia acabado de sair de um confronto entre facções. Cheia de convicções caminhou calmamente e com nobreza até o confessionário, desabando ao chegar ao seu destino.

- Padre, preciso de sua ajuda! – implorou desesperadamente.

- Diga-me fiel, o que lhe aflige? – perguntou YooChun.

- Meu marido. Estou aqui para pedir perdão à alma dele e proteção para alguém.

- Por que jovem senhora?

- Porque ele é um assassino de aluguel e eu sei quem é a sua próxima vítima.

Etiquetar provas e mais provas era complicado, mas mesmo assim Junsu e Jaejoong conseguiam se divertir de um jeito único e particular. Eles sabiam que aquela cena de crime estava um caos, mas depois do que viram no hospital até que aquilo ali poderia ser encarado como uma terapia em grupo.

Jaejoong na realidade não conseguia compreender os acontecimentos. Primeiramente havia a morte do pai de Yume, depois o assassinado no balcão e então a tentativa de “homicídio” contra a menina. Se ela era suspeita do assassinato do balcão, isso queria dizer que esse “homicídio” poderia ser um “suicídio”, mas já que havia uma testemunha não teria como essa teoria ser a correta.

- Aqui jaz sem miolos ninguém mais, ninguém menos que Jeremy Joy, mas conhecido como JJ, assistente de Myenett. – declarou Feraz, o legista.

- Não seja tão engraçadinho Feraz! – exclamou Junsu – E então como ele morreu?

- Simples pequeno impaciente, preste bem atenção, você também Jaejoong. – disse para Jae que tirava fotos da cena.

- Ok, Feraz. Diga de uma vez para que possamos dar continuidade. – disse Hero.

- Certo, só não se esqueça de que esperar é a dádiva da vida. Chega de embromação, ok? Está vendo esses buracos de bala aqui? – perguntou apontando para o buraco de bala que atravessava a cabeça de JJ.

- Sim, e aí? – perguntou Xiah.

- Morreu com um único tiro que atravessou sua cabeça e dilacerou seu cérebro, ou seja, terão que encontrar a bala. A hora prevista da morte pela temperatura do seu fígado é de aproximadamente 5 horas atrás, ou seja, às quatro da tarde.

“Peraí, segundo o jornal o funeral de Myenett não aconteceu às 16 horas?”, pensou Jae confuso. Se Yume estava no funeral, quem é que queria incriminá-la?

- Ok, Feraz. Agora leve isso para o necrotério. Quero saber os exames toxicológicos dele. Consegue me arrumar isso até amanhã de manhã? – perguntou Jae.

- Claro que sim Hero. Esse caso será exclusivo para mim, ok? – disse Feraz.

Hero observou Feraz sair com o cadáver. Aquele crime era simples de ser solucionado, mas pelo jeito ele parecia não ter um culpado.

- Ei herói, - chamou Xiah - encontrei a bala.

- Deixe-me ver. – pediu – O que você acha?

- Uma pistola semiautomática, 9mm. - concluiu Xiah.

- Percebe-se, uma arma extremamente letal e de enorme poder de penetração. Vamos enviar para o JK, assim ele poderá nos dizer se estamos certos, ou não.

- Certo, concordo com isso. – disse JunSu – Jae, será que esse crime não tem ligação com o SS501?

- Sabe que eu não sei. Vamos descobrir se ligarmos para o xerife.

A agitação no hospital era inevitável. Jornalistas e mais jornalistas se apinhavam querendo saber de notícias sobre Yume. Entretanto, ali naquela pequena sala de espera um xerife estava tentando resolver um eterno quebra cabeça.

Com a morte do Sr. Myenett, Yume ficara sozinha no mundo. Segundo o Doutor, a licença médica da menina dizia que mesmo que o mundo explodisse sua mãe nunca poderia ser responsável por ela. Sobrou para Dong Wook, o adulto que a trouxe ao hospital.

O Doutor já havia dado o veredicto, ou Yume fazia a cirurgia para retirar a bala que havia se alojado perto de seu coração, ou ela poderia ficar para sempre naquele estado vegetativo, sem a verdadeira vida. O que mais lhe dava aflição era saber que ela poderia morrer na cirurgia.

Ali, naquela sala de espera escura e silenciosa, Dong Wook tentava encontrar a melhor alternativa que poderia ser realizada. Se ele fosse Jaejoong, o que faria? Se ele fosse Junsu, o que faria?

- Com licença Xerife Lee, já decidiu? Lembre-se que é a vida de outra pessoa que está em jogo. – alertou-lhe o Doutor. – Se você não se decidir logo, pode ser que nenhuma outra opção ajude-a a viver.

Cirurgia ou vegetal? Vida ou morte? O que é a vida na realidade? O que é a morte? “Todos nascemos sabendo que um dia teremos que morrer, mas será que já é a hora dela parar de experimentar os sentimentos deste mundo?”, pensou Dong Wook.

- Pode começar a cirurgia. – disse convicto.

- Essa com certeza é a melhor escolha a ser feita. – disse retirando-se. – Chame a equipe, temos uma cirurgia a ser realizada.- declarou para as enfermeiras que ali estavam.

- Blim, Blim, Blim, Blim, Bop, Bop, Blim. – tocou um celular.

- Desculpem-me – pediu o Xerife, retirando-se da sala. – Alô, Jae?

- Hola Xerife. Cómo estás? – perguntou.

- Aflito e perturbado. Não sei se o que fiz foi o correto, mas o que você deseja?

- Queremos saber se o crime do balcão e do edifício foi feito pela mesma pessoa. Poderia me dizer qual foi à arma utilizada?

- Hum, eu ainda não tinha pensado nisso. Foi uma Glock 9 mm.

-Ela foi levada para analise?

- Sim, está sendo analisada neste momento. Vou ligar para a delegacia para ver se já o fizeram e pedir que liberem para vocês. Certo? – concluiu o xerife.

- Ok. – disse Jae – Ah, xerife, não se preocupe com a opção que escolheu, seja lá qual for, tenho certeza que você fez um bom trabalho.

- Obrigado Hero. – “Assim também espero”, pensou.

A manhã havia surgido calmamente no céu e ele estava arrumando seus poucos pertences para se dirigir a delegacia. Um padre não pode revelar a confissão de seus fieis, mas quem disse que faria isto?

Aquela perturbada esposa, após sua confissão, havia tomado uma grande decisão, como se tivesse recebido uma benção divina. “Ainda bem que às vezes as mulheres de assassinos acabam pegando a inteligência e a astúcia de seus maridos”, pensou.

Olhou calmamente a Igreja, que ficava cada vez mais bela com os primeiros raios do sol a pintarem com uma cálida cor. A saudade e o sofrimento foram batendo em seu coração, mas para ele, que há muito já estava envolvido nesta história, se ficasse ali calado talvez os acontecimentos só piorassem.

- Bom dia Padre. – dirigiu-lhe a palavra a Carola.

- Bom dia Sra. – respondeu-lhe sorridente.

- Desculpa a curiosidade, mas aonde o senhor vai com estas malas? – perguntou com cara de mexeriqueira.

- Vou-me embora Sra. Necessito ficar um tempo a sós. – disse sem demora YooChun.

- Mas padre, quem cuidara de nossas almas? – “Como se você se importasse com isso, não é Sra. Pecadora!”, pensou o padre.

- Hoje chega um substituto. Cuide bem dele. Estou colocando-o aos seus serviços.

- Vai largar a batina Sr.? – perguntou mais curiosa ainda.

- Por que a pergunta? – questionou um pouco curioso com a dedução.

- Sabe, não me leve a mal Sr., se é um pecado me perdoe, mas o Sr. não é muito bonito e jovem para ser padre? Sabe, talvez o senhor tenha encontrado a metade da sua laranja e decidiu largar a batina. – concluiu, tentando se explicar.

Micky não conseguiu se segurar e acabou se quebrando de tanto rir. Que era muito bonito e charmoso ele sabia por isso suas missas eram sempre cheias das mais belas damas da cidade, mas ouvir aquilo da Carola, que tinha lá seus 52 anos, lhe pareceu divertido.

- Eu ofendi você? – perguntou YooChun, depois de se recompor.

- Não padre. Só não entendo os motivos do riso.

- Achei sua sinceridade pura. Não me leve a mal, mas não sabia como demostrar isso.- tentou se explicar.

- Tudo bem senhor. Que Deus o acompanhe. – disse a Carola por fim.

- Fique com Deus. Crê nele que tudo pode. - disse, retirando-se de mala e cuia da Igreja.

Mesmo que seu celibato tivesse sido uma forma de esconder-se de seus sentimentos, passar aqueles dois anos ali haviam sido muito gratificantes para YooChun. Ele conseguira esquecer suas desavenças com sua família e a cada dia se fortalecia cada vez mais pra proteger as pessoas que lhe eram importantes. Mesmo não conseguindo concluir seu trabalho, o primeiro pensamento que lhe veio ao entrar no táxi foi de um dever cumprido.

“Passado é lição para refletir e não para repetir, como já dizia Mario de Andrade. Que esse meu passado me ajude a construir o meu futuro que começa agora”, pensou YooChun, dando as coordenadas para o taxista. “Estou de volta”.

Jaejoong e Junsu, por mais que tentassem compreender, não chegavam a um consenso. Após passar na delegacia e pegar a arma do crime do edifício ambos estavam crentes de que havia sido sim a mesma pessoa que causara os problemas. Mas isso não era o que diziam as evidências.

- Ok, vamos pensar, certo?- disse Junsu – Se eu fosse o assassino do balcão e do edifício, por que usaria armas diferentes para fazer os dois crimes?

Segundo o exame da balística, os dois crimes ocorreram com uma arma de calibre 9mm, só que eram de uma Glock e uma Taurus. A Glock era do crime do edifício, enquanto a Taurus era do balcão. Mas o que ambos não entendiam?

Primeiramente, quem em sã consciência tinha uma Glock em casa? Glock’s são usadas apenas por federais, isso quer dizer que eles estavam metidos no caso? E a Taurus? Taurus era muito utilizada por matadores de aluguel, mas quem comandaria um crime contra JJ?

Jaejoong estava inquieto. Se Yume tivesse ordenado alguém matar JJ, isso quer dizer que um federal havia descoberto e decidido acabar com a menina. Mas e se aquela correntinha tivesse apenas sido colocada na cena para confundi-los? Se fosse uma falsa pista e a menina acabasse sendo presa por isso, como ficaria Junsu? E Yume, aguentaria ver seus anos se acabarem aos poucos atrás das grades da cadeia?

- O que pensas Jae? – perguntou Junsu.

- Penso que não tem como os dois crimes estarem relacionados. Isso só se houver um mandante que quer tirar de uma forma muito suja alguém de seu caminho.

- É isso que pensa?

- Uhum.

- Pois acho que os crimes estão ligados sim.

- Como? – perguntou Jae confuso. Será que Junsu descobrira que Yume era a menina do edifício.

- Pense comigo pequeno gafanhoto. – disse pegando a lista de provas e horários da ocorrência dos crimes. - Se JJ morreu às 16 horas, e o crime do edifício ocorreu por volta das 22 horas, isso nos dá um intervalo de 6 horas entre os crimes.

- Sim, e o que isso tem a ver? – perguntou ainda não entendendo a linha de raciocínio de Xiah.

- No balcão temos um morto. Ferimento na cabeça que atravessou e dilacerou o cérebro. No edifício há uma tentativa de assassinato, um ferido com dois tiros no ombro. Talvez sobreviva a cirurgia, talvez não. Podemos dizer que é uma testemunha, mas talvez tenhamos que descarta-la.

“Junsu do céu, não fale assim meu filho. Vai querer descartar sua amiga?”, pensou Jae horrorizado pela fala do amigo.

- Não vamos descartar ninguém. – disse Jae com os nervos à flor da pele. – Não gosto de pensar em descartar algo, ainda mais quando se trata de pessoas. – declarou.

- Qual é o problema? – perguntou. – Temos que se realistas e abertos a possibilidades. Se o descarte é uma delas não podemos fazer nada.

- Ok, ok. Continue com a linha do seu raciocínio . – pediu-lhe Hero.

- Temos uma Taurus e uma Glock 9mm. Ambas são usadas muito por policiais, mas federais preferem a Glock e a Taurus virou a arma preferida dos bandidos.(não sei se isso é verdade, mas em todo o caso finjam que é).

- E daí?

- Dá pra me deixar falar gajo?- perguntou bravo. – Em todo o caso a única pista concreta que temos do balcão é aquela correntinha de asa de anjo. Fora isso não temos mais nada. Se a dona da corrente for a mulher do edifício podemos ligar os dois crimes facilmente. Talvez como se fosse uma vingança.

- Não pense de mais Junsu, ou estourará seus miolos. Ainda há muito que se investigar e não se esqueça de que não fazemos parte da equipe da tentativa de homicídio do SS501. – disse ríspido - Isso é assunto dos policiais. Só fomos chamados no balcão por causa de que alguém disse que poderia ser JJ, assistente de Myenett, e se tem esse nome no meio, meu filho, nos vamos aonde quer que seja.

A noite caia no céu, mas YooChun ainda não havia tomado sua decisão. Após sair da igreja estava convencido a ir até a polícia. Entretanto o que faria se os tiras achassem que ele estava mentindo? Era obvio que um padre não mentiria sobre a vida de outra pessoa, como padre ele deveria temer por ela, clamar e rogar, por que se existimos no mundo é para viver e ele não deixaria que alguém simplesmente matasse e acabasse com o sopro de vida de outra pessoa. Ali, olhando pela janela daquele motel (sim, ele é ainda um padre, mas foi se hospedar em um motel porque é mais barato) algumas coisas não lhe pareciam certas.

Será que deveria esperar para ver o que ocorria? Sim, ele esperaria, com o coração apertado e dolorido ele esperaria.

A cirurgia, segundo os médicos, havia sido um sucesso. Apenas teriam que esperar para saber se Yume reagiria ao procedimento. Dong Wook estava um pouco cansado e aflito, se a menina não acordasse talvez se culpasse pelo resto de sua vida.

Mas, pensando bem, até que ficar em um tranquilo hospital poderia estimular sua mente para resolver aquele caso. Entretanto algo lhe intrigava, na verdade os telefonemas de Jaejoong o intrigavam.

Jaejoong havia lhe ligado para saber se a cirurgia tinha sido um sucesso, mas algo em sua voz lhe deixou apreensivo. Mesmo não sabendo o porquê disto lhe incomodar ainda não poderia descartar o fato de Jae lhe parecer nervoso ao telefone.

Dong Wook rezava constantemente pela menina. Erros são comuns de acontecer mais o que ele faria se aquele ocorresse? Ela parecia tão frágil pela janela do quarto, como se um único toque pudesse desmontá-la por inteiro. Ao observar sua pequena e frágil imagem, a imaginou como um anjo, pronta para colocar seu coração em um plástico bolha, para que o mesmo não quebrasse.

- PIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII – berrava o aparelho cardíaco.

- Meu Deus, me diga que não. – sussurrou o xerife.

- Chamem o doutor, agora! – gritou uma enfermeira.

A correria no hospital começou. Todos ali, como se fossem parentes da menina, se encontravam com o coração aflito e om apenas um pensamento: Agora não, não é sua hora.

“Mesmo que seja por um segundo, ainda não vá. Meu coração não aguentaria lhe ver partir assim, tente resistir por mim, por nós, pelo nosso futuro, por mais que ele seja indefinido e distante. Por favor, não vá.” Essas palavras encheram o pensamento do xerife de uma maneira inexplicável. Por que ele acabara se lembrando dela? Aquela que levou sua vida para longe?

Desculpem a demora, mas sei lá, hoje baixou o santo e consegui terminar...

Esperem pacientemente pelo próximo capítulo, assim como eu espero pelo meus sonhos....

Bye Bye

P.s.: Não postarei no fim de semana pois vou viajar para Cascavel XD

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