Fico devendo uma sinopse decente ....
Sinopse: Depois que Willian Kang, um universitário de 20 anos, recebeu um telefonema surpresa de sua mãe, a vida dele mudou. A distração causada por este telefonema foi tão grande que faz com que ele esbarre em Helena, e assim um forte e incrível sentimento floresce.
TODOS OS PERSONAGENS ME PERTENCEM, ISSO TUDO FOI INVENÇÃO DA MINHA CABEÇA!!! - Ass: Ana Letícia/ Hana Usagi
1º Capítulo – A pequena
confusão
“Se um dia alguém lhe
pedir para que se esqueça de algo que para você foi significativo, pense duas
vezes antes de aceitar”.
O vento
frio golpeava seu rosto anunciado o quão gélida seria
aquela manhã, mas ela já estava esperando por isso. Era o dia 10 de maio, uma
quinta-feira comum na vida daquela singela menina.
Helena Whesthy
tinha 18 anos e cursava o 4º ano do Ensino Médio Técnico. Amava a vida assim
como a vida a amava, entretanto, a seu ver, até aquele momento as atitudes que
tivera em sua pequena e insignificante jornada lhe pareciam demasiadamente
fordistas.
Chegou à
Universidade no horário de sempre, caminhando pensativa para a sala de aula.
Era hora de enfrentar aquela maravilhosa prova de Português. Aos poucos, a sala
de aula foi se tornando cheia, tomando forma aquela pequena sociedade que constituíam.
As
provas começaram a ser entregues, mas Nina, sua amiga inseparável, ainda não
chegara. “Talvez esteja com o Pietro”,
pensou, olhando para Luna, que parecia estar imaginando a mesma coisa. Nina, Helena,
Luna, Julia, Beatriz e Emma formavam o famoso ‘sexteto da alegria’ da sala.
Eram conhecidas assim por estarem, a maioria das vezes, de bem com a vida.
Depois de 10 minutos, Nina entrou
ofegante e vermelha na sala de aula. Pelo jeito ela e o namorado haviam tido
uma ‘longa e apaixonada’ conversa. Pedindo licença à Professora, Nina sentou-se
timidamente ao seu lado. “Eu, hein, como
foi que o Pietro aprendeu a deixa-la assim?”, pensaram todas ao mesmo
instante.
- Sem
comentários. – sussurrou ainda vermelha – Se terminar antes me espere lá
embaixo. – pediu, mergulhando em seguida naquelas folhas e mais folhas de
questões de múltipla escolha sobre Pós-modernismo e Vanguarda Europeia.
Na
realidade, depois de todas as negações possíveis de um relacionamento, até que
enfim aqueles dois pombinhos haviam decidido confirmar a todos o que já era de
conhecimento geral, e isso era realmente um alívio. Nina e Pietro, certamente, foram
feitos um para o outro.
O tempo
passou e Helena tratou de guardar seus materiais e entregar a prova, pela
primeira vez terminara a prova antes de Nina. Saiu da sala e decidiu a esperar na entrada do
Bloco Q, nos banquinhos de madeira situados ao lado dos banheiros. Sentada ali
se sentiu aquecida por um momento, tentando afastar seus pensamentos daquele
que a protegia constantemente. “Saia da
minha mente, 君のバカ(seu idiota)”,
praguejava desesperadamente a procura de paz.
Ouviu a
voz de Nina, decidindo assim esperá-la em frente à escada. Descia naquele
momento um belo rapaz que possuía uma aparência inesquecível e esplêndida, de
tirar o fôlego de qualquer ‘caça homem’, mas que passou despercebido pelos
olhos de Helena. O rapaz, que parecia conter sua atenção presa em uma órbita
distante, tinha os cadarços desamarrados, nem percebendo que isso poderia
causar um acidente. E foi o que aconteceu.
Descuidado,
o menino pisou no cadarço e desequilibrou-se, tombando, tentando assim se
agarrar a primeira coisa que estava a sua frente, tratando de envolvê-la em um
forte abraço. Helena, assustada, desequilibrou-se também fazendo com que seus
lábios encostassem, em um singelo e inesperado beijo.
Branca e
vermelha como uma rosa tingida, Helena emudeceu-se prontamente. Nada se passava
em sua cabeça, nenhum mísero pensamento ou ação a ser planejada, como se tudo
tivesse se apagado. Seu coração batia violentamente contra seu peito. Suas mãos
tremiam.
“Meu
Deus, o que eu fiz?”, pensou o rapaz que a olhava suando frio,
sem saber o que dizer ou falar, com seu coração a ponto de explodir no peito. Após
encontrar as palavras, e a coragem que havia se escondido perto de suas tripas,
resolveu tentar consertar a situação.
- Você
está bem? – perguntou ele por fim.
Nina
observava atordoada a cena que se desenrolava em câmera lenta. Percebia pela expressão da amiga que se ela
não se reprimisse o rapaz ali deixaria de ser considerado um homem.
Respirando fundo, ainda envolvida
naqueles quentes e macios braços, Helena levantou seus olhos e encontrou aquele
mar castanho escuro a observa-la calmamente, fazendo com que por um momento
vacilasse. Entretanto não se deixou tomar por aquelas emoções, decidindo
colocar um fim naquela situação que a principio não deveria ter acontecido.
Olhou novamente para aqueles olhos
castanhos que pareciam a todo custo lhe dizer algo a mais e reparou no moço que
estava a sua frente. Ele era muito bonito, aliás, talvez fosse o menino mais
bonito que ela já vira. Seus cabelos eram pretos e curtos, com a parte da
frente levemente espetada. Sua boca estava rosada e sua pele parecia ser bem
branca, mais também estava levemente rosada, como se estivesse entregando a
vergonha que sentia.
- Vamos esquecer
o que houve aqui. - sussurrou por fim – Eu não conheço você e você não me
conhece. Ok?- proferiu determinada, desgrudando os braços dele de seu corpo,
fazendo com que sem querer suas mãos se tocassem, provocando assim uma sensação
inexplicável.
O
mancebo tentou argumentar, mas como uma pessoa desesperada e sem rumo ela pegou
sua bolsa que estava em cima do banco e correu para fora, aparentando estar
abalada. Será que aquilo era uma brincadeirinha sem graça que tentaram pregar
nela? Será que Deus a estava castigando por seus pecados?
Percebendo
a perturbação da amiga e irmã, Nina preparou-se para segui-la e curar seu
pranto, contudo foi pega de surpresa pelo rapaz que a segurou pelo braço,
olhando fixamente em seus olhos. Ele já havia visto as duas juntas e sabia que
ambas eram ‘irmãs’, por isso decidiu especular. Na realidade seu cérebro
latejava de tanto tentar compreender pelas leis da física o que ocorrera,
fazendo com que tudo ali parecesse com um interminável sonho.
- Ela
está bem? – perguntou.
- Ela
aparenta estar bem? – retrucou Nina, parecendo ser uma pessoa que acabara de
sair do ferreiro.
- Não. –
sussurrou tristemente, se culpando – O que posso fazer para que ela fique bem?
- Apenas
faça o que ela disse. – proferiu sutilmente, saindo para socorrer a desmiolada,
deixando para trás um rapaz mentalmente culpado e transtornado.
“Se
neste caminho te encontrar novamente, não se esqueça de me avisar que já estou
em seu coração.”
- Will você não vai voltar para a sala
de aula? – perguntou Kingone, ao vê-lo sentado no banco ao lado do banheiro.
Depois do ocorrido, Will Kang, que
cursava o 3º ano de Engenharia Química, havia perdido totalmente a linha de seu
pensamento, esquecendo-se até do que iria fazer.
Sentado
ali naquele banco a única coisa que vinha a sua mente era a moça de olhos
claros. Aqueles olhos azuis límpidos pareciam que ainda estavam olhando para
ele, assim como aqueles braços quentes, que antes o seguraram por puro impulso,
pareciam que ainda estavam o envolvendo. Tudo isso somado com aquele cabelo
comprido cor de mel cheio de ondulações e aquela pele levemente morena estavam deixando
o seu ‘EU’ interior confuso.
- Acabou
entupindo o vaso ou a situação aí no teu estômago está drástica? – perguntou,
preocupando-se com o silêncio do amigo.
“Como
pude ser tão descuidado”, pensava, “Mas
também, quem é que vai adivinhar o estrago que um cadarço desamarrado pode
fazer! Será que ela vai ficar bem?”, perguntava-se enquanto tocava
lentamente seus lábios, lembrando-se daquele momento.
- O que
está acontecendo comigo? Foi apenas um beijo acidental. Apenas um beijo
acidental. – repetiu, para tentar esquecer.
- Mas
ainda assim foi um beijo. – sussurrou Kingone em seu ouvido.
A alma
de Will elevou-se aos céus e retornou cheia de ódio e rancor. Kingone, seu amigo,
sempre fazia algo que deixava seu lado serial
killer atiçado, o que ocorria frequentemente.
- O que
foi Kin? – perguntou irritadiço.
- Tá na
TPM? Se estiver eu vou embora, mas sabe como é eu queria saber se você está
bem, ou se teve um desarranjo intestinal já que não retornou para a sala.
A sala.
Havia esquecido completamente que apenas descera ali, pois necessitava tomar
água e ir ao banheiro. Olhou para o relógio, já havia se passado 15 minutos
desde que estava sentado ali, se remoendo.
- Eu
estou bem, apenas acabei pensando em coisas que não deveria.
- Por
exemplo: Beijo?
Will virou-se
para Kingone e fez uma cara de meme, mas inesperadamente o seu rosto branco
tornou-se vermelho ao relembrar a cena, fazendo com que instintivamente levasse
seus dedos aos lábios. Por que estava com vergonha de algo assim? Não era
bonito o suficiente, considerado um playboyzinho, a ponto de conseguir tudo o
que queria principalmente meninas e beijos? Então por quê? Porque se sentia
assim?
- Voltou
para a sua órbita? – interrompeu Kingone.- É impressão minha ou aconteceu algo
com você?
- Não
aconteceu nada. – disse recompondo-se – Vamos para a sala. A professora deve
estar soltando ventas por nossa causa.
Acompanhando
o amigo de volta a sala de aula Kingone deixou-se analisar todas as ações de Will. “Aí tem coisa. Tem fubá neste angu e eu Kingone
vou descobrir qual é[1]!”,
pensou, trancando os ouvidos para não ouvir a bronca que Will levava da
professora.
“Meu
coração por você é um espaço vazio”.
- Helena, tudo bem? – perguntou Nina,
vendo a irritabilidade da amiga.
Estavam
paradas na frente do CAFIS (Centro de Atividade Física) da Universidade. Mesmo
sendo outono, uma das épocas mais frias da região, o professor de Educação
Física da turma de Helena havia comido pinhão com larvas, decidindo que naquele
bimestre seria realizada a prática de natação.
- Estou
sim Nina. – respondeu ‘amavelmente’.
Nina,
não gostando do tom de voz da amiga, chegou mais perto da mesma e pegou em seus
ombros, olhando fixamente naqueles olhos azuis. Naquela alma refletida as
emoções se confrontavam em uma constante guerra. Sim, aquela situação havia
afetado o coração da pequena flor.
- Lena,
eu vi o que aconteceu. Não adianta você tentar esconder, por que eu consigo ver
em seus olhos o quanto isso lhe deixou perturbada.
Os olhos
da pequena se encheram de lágrimas, que foram fortemente reprimidas. Aquele
rapaz tinha sido muito cruel com ela. Ele havia roubado algo precioso. Isso era
o que mais lhe doía. Como poderia fingir que não o conhecia e que nada
aconteceu?
- Unnie!
O que eu faço? – explodiu Helena – Como pude dizer para fingirmos se nem eu
conseguirei fazer tal coisa? Isso é impossível pra mim!
Nina
olhou serenamente para Helena. Quando ela passou por apuros por causa de seus
sentimentos por Pietro, os quais ela tentava negar e afogar em um tanque de
piche, a amiga sempre estava lá para lhe dizer como proceder. Contudo naquele
momento Nina não sabia o que dizer para a amiga, pois nem em sonho imaginaria
que algo parecido com aquilo poderia acontecer.
- Helena-
sussurrou abraçando a amiga – Você não pode se dar por vencida. Seja forte.
Tenho certeza de que você conseguirá fingir que nada aconteceu. Eu acredito em
você.
“Nina, obrigado, porém estas palavras não me
farão ficar bem”, pensou Helena, entrando na área da piscina para uma gélida
aula de natação.
Mergulhando
na piscina Helena constatou que a água não estava nem fria nem quente, assim
como o seu coração. Fechou os olhos e mergulhou. Trataria de tentar relaxar e
esquecer aquela loucura.
“E
estamos aqui novamente, parados onde tudo começou. Será que você poderia me dar
mais uma chance?”.
O restante das aulas transcorreu
rapidamente para um menino irresoluto. Ele não conseguia admitir o seu descuido
e por isso se culpava ainda mais pela ocasião.
“Se
eu tivesse sido mais cuidadoso. Se eu tivesse prestado mais atenção. Se eu não
fosse um babo (idiota – 바보) que nem
consegue pronunciar desculpas”, pensava sofrido
enquanto rabiscava o caderno.
-
Hey! O que você está desenhando? – perguntou Kingone, que sentava ao lado dele.
Parando
com seus questionamentos internos Will voltou sua atenção para aquele conjunto
de traços a sua frente, se assustando. Aquelas bagunçadas linhas acabaram
formando aquela cena que rondava seus pensamentos.
-
Está apaixonado Willian? – perguntou o professor que havia parado atrás dele
para ‘admirar’ sua obra prima.
-
Não, professor, estou apenas rabiscando. – pronunciou convencido de que era
realmente aquilo que ele estava fazendo.
-
Então por que você não ‘rabisca’ o que eu acabei de passar no quadro ao invés de
ficar desenhando um casal se beijando na escada?
-
Desculpe-me professor. Farei o que você pede. – respondeu calmamente, virando a
página, começando a redigir aquela matéria confusa.
Estaria
ele ficando louco? Não, não podia ser isso. “Pare
de ver angu onde não tem farinha! Talvez eu esteja assim por causa do momento.
Pare já de pensar nisso, amanhã você estará melhor”, discutia mentalmente,
se entregando para aquela maravilhosa aula de CDI.
“Nesse
frio, apenas estar com você me aquece”.
[1]
Expressão que minha mãe sempre usa: ‘ Tem farofa neste angu’. O que é verdade,
pois para se fazer angu necessita-se de farofa.
Ali Kingone apenas faz uma brincadeira dizendo que vai descobrir com
qual fubá aquele tipo de ‘angu’ foi feito.
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