quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

[MV] Be my shine - BOYFRIEND

Eu já acho esses meninos uns fofos **. Eles são um grupo que eu gosto de acompanhar, mesmo não sabendo muito sobre eles. BOYFRIEND fica em um bom lugar na minha lista :)

Vamos aos guapos cantando em Nihongo XD


Curti =D

Agora vou-me.... Tenho que tomar banhoooooo, entre outras coisas..... ^^
(Li um livro na facul sobre a história da Coréia, depois falo dele)

[DESENTERRANDO] I THINK I - BYUL

No desenterrando de hoje nós vamos viajar até Full House.

Assisti Full House com a minha mama, e foi muito divertido ver um drama na companhia dela. Essa semana ela disse pra mim assim: 'Onde está o dorama do frango? Quero assistir de novo!' Quem assistiu Full House deve saber porque ela diz dorama do frango. Hehe. Depois que ela disse isso me deu vontade também de rever, e fui como uma doidinha escutar o OST. 'I think I' marcou muito 2009 pra mim, depois que vi a tradução ainda mais. Naquela época eu tinha acabado de ver o Lala, por isso, meio que combinou com o que eu sentia por ele.

Então, vamos a música?

Isso não pode acontecer, isso não é possível, era o que eu dizia para mim... ahm...
De jeito nenhum eu poderia estar apaixonada por você... ahm...
É só um ciumezinho bobo, estou só me sentindo um pouco sozinha.
Tentei me enganar, mas agora não posso mais esconder...


Acho que te amo...

É o que parece...
Pois sinto sua falta...
Quando você não está por perto...
Não posso fazer nada
Continuo pensando em você
Se eu olhar como as coisas estão agora, eu sei...


Estou apaixonada por você...

Eu não percebi...
Agora preciso de você
O tempo todo...
Agora eu entendo que, de algum jeito, você já cresceu no fundo do meu coração.
Talvez nós não sejamos parecidos, seria bom se fôssemos só amigos... ahm...
De um a dez,
Nunca concordamos com nada...


Como podemos ter um relacionamento? Dizem que não duraríamos.

As palavras deles permanecem na minha mente, mas não quero mais pensar nisso...


Acho que te amo...

É o que parece...
Pois sinto sua falta...
Quando você não está por perto...
Não posso fazer nada
Continuo pensando em você
Se eu olhar como as coisas estão agora, eu sei...
Estou apaixonada por você...
Eu não percebi...
Agora preciso de você
O tempo todo...
Agora eu entendo que, de algum jeito, você já cresceu no fundo do meu coração.
Por que eu não percebi o que eu sentia por você imediatamente?
Por que eu não vi você quando estava diante dos meus olhos?
Esse tempo todo você estava ao meu lado.
Por que eu não percebi que eu te amei esse tempo todo?


Acho que te amo...

É o que parece...
Pois sinto sua falta...
Quando você não está por perto...
Não posso fazer nada,
Continuo pensando em você
Se eu olhar como as coisas estão agora, eu sei...
Estou apaixonada por você...
Eu não percebi...
Agora preciso de você
O tempo todo...
Agora eu entendo que, de algum jeito, você já cresceu
No fundo do meu coração.

Preparem-se, vou usar essa em 'Se...' ahsuahushaush Se encaixa XD

Bye bye :)

[Vídeo Legendado] Heaven's Door - Eric Nam

Depois de muito tentar consegui colocar no Youtube....
Realmente eu me apaixonei pela voz do Eric *-*

Sem mais delongas....


Bye bye

[Desenhos] Chibis, Jae, etc....

Meus desenhos.... Estava devendo eles... XD

Tem um Jae de Hanbok e dois Changmin que não digitalizei, pq não passei a caneta preta por cima. Assim que o fizer eu posto.

Sem mais...










Tem mais uns Lee Min Ki e uns do Yuta que não digitalizei, talvez faça isso depois...

Bye bye :)

[Se...] Explicações

Bom, apenas algumas pequenas explicações sobre essa história:

1º Comecei a escrevê-la em 2011.
2º Os personagens na verdade existem, mas com nomes diferentes.
3º Eu inventei ela. Se acontecesse isso de verdade lá na UTF... Piraria geral.
4º Dividi ela em 3 partes. Até o 6º Capítulo é a primeira parte. A 2ª começa com o acampamento e a 3ª, ainda é segredo.
5º O telefonema da mãe do Will é essencial para a história.
6º Will é o único personagem que permaneceu com o mesmo nome do indivíduo que me inspirou.
7º Depois das três partes tem mais duas histórias continuando essa.
8º A relação de Helena com o irmão dela é como eu queria que fosse a minha como meu irmão.
9º Meu irmão também se chama Rafael.
10º Anthony e Yuri serão importantes nas continuações de 'Se...'
11º Tem cenas que forem inspiradas em coisas que eu vi, ou sonhei.
12º Amei escrever a briga de Will com Dan.
13º Adoro quando o Kin da uma de Psicólogo e fala coisas profundas para o Will.
14º O problema da Helena com remédios de dor de cabeça é o que acontece comigo. Quando os tomo a dor passa, mas em compensação eu fico muito ativa.
15º Yuri foi o primeiro amor de Helena.
16º Danniel na verdade é o Lala (quem se lembra dele?)
17º Nina é a Aika, Pietro é o Kuro, Luna é a Yue, Julia é a Nih, e assim por diante.
18º Will fica brabo com Kin, por causa do seu infeliz comentário, porque se lembra do telefonema de sua mama.

Mais explicações viram depois. Se quiserem saber sobre algo perguntem.

Bye bye.....

(FAREI A 2ª Parte muito mais rápido que a primeira. ASSIM ESPERO)

[Se...] 6º Capítulo


6º Capítulo – Brigas e a tal da psicologia reversa
“Por um momento pensei que pudesse estar novamente ao seu lado.”

            - Com licença. – disse entrando no quarto. – Ué, cadê o Rafa? – sussurrou ao perceber que não havia ninguém na cama do quarto. Foi quando notou Helena sentada no sofá. Estava com seu moletom servindo de manta enquanto descansava.
            Willian ficou receoso em acordá-la já que ela parecia como um pequeno anjo enquanto dormia. Por isso Will apenas sentou-se no braço do sofá e, não conseguindo se aguentar, começou a acariciar os cabelos da menina. De repente ela abriu os olhos e o olhou assustada.
            - Will? –sussurrou cansada – Desde quando você está aqui?
            - Alguns minutos só. E o Rafa? – perguntou se levantando.
            - Foi fazer alguns exames. Daqui a pouco ele volta. Se quiser esperar...
            - Eu não voltei aqui para falar com ele. – interrompeu-a.
            Após ouvir aquilo de Will, Helena estremeceu e se cobriu mais com o moletom que estava ali, embriagando-se ainda mais com aquele cheiro peculiar de canela. Ela permitiu-se cheirar novamente o moletom. Aquilo fez com que se lembrasse daquele dia na escada, em que se esbarraram. Aquele cheiro era dele e, ao constatar isso, só pode corar.
            Will olhava aquilo curioso. De alguma forma ver Helena cheirando seu moletom lhe pareceu engraçado.
            - É seu não é? – perguntou.
            - O que?
            - O moletom. – disse estendendo-o para Will.
           - Se estiver com frio pode usar, depois você me devolve. Contudo, vou precisar disso aqui. – falou, fazendo com que Helena vestisse o moletom. Assim que terminou de vestir Will pegou o celular do bolso do moletom e a abraçou fortemente, deixando que o perfume de ambos se misturasse. – Uma bela mistura, não? Cravo e Canela. – sussurrou.
            O coração de Helena estava parecendo uma obra em construção de tão rápido que batia. Ela sabia que estava vermelha e adorava aquela situação. Entretanto ela tinha medo, não queria que ninguém a visse daquele jeito com Will.
            - Não fuja mais de mim como fez ontem. Você me deixou muito preocupado. – comentou, complementando. – E conte pra mim tudo o que você pensa, sente e vive.
            - Por que Will? – sussurrou olhando em seus olhos.
            - Porque eu quero te proteger e...
            - E o que?
            - Eu ainda não sei, mas quando descobrir eu te conto. – disse brincalhão passando a mão pelos cabelos da menina.
            - Ok, ok – disse sorrindo. Por mais que estivesse com medo, não pararia Will, independente do que ele fora fazer ali. Estava em êxtase. Ele parecia à única coisa que existia no mundo naquele momento. Ele, por um instante, era o seu tudo, o seu tudo que aquecia seu coração e a fazia voar.
            - Não quero que o meu pequeno anjo se machuque por aí – disse por fim, dando um singelo beijo em sua testa.
            Helena o abraçou mais forte e encostou sua cabeça em seu ombro. Ficaram assim por alguns segundos, até que Helena bocejou.
            - Cansada?
            - Um pouco. – respondeu sinceramente.
            Sem nem ouvir as reclamações que poderiam vir da menina, Will sentou-se no sofá e a puxou, fazendo com que ela deitasse em seu colo. Ele afagava lentamente seus cabelos e encostava, às vezes, carinhosamente em seu rosto. Depois de um tempo Helena tomou um pouco de coragem e perguntou:
            - Me diga o que quer saber que eu vou te responder.
            - Sério? Qualquer coisa? – questionou achando estranho o ato da menina.
            - Uhum.
             Will pensou um pouco sobre o que poderia perguntar. Entretanto a sua maior curiosidade era causada por seu ciúme bobo.
            - Você e o Yuri são? – perguntou um pouco acanhado.
            - Amigos. – respondeu achando graça da pergunta.
            - Só isso?
            - Sim. Ele e o meu irmão estudaram juntos desde criança, então ele sempre estava lá em casa. Acabei me afeiçoando com ele, e ele comigo, e viramos amigos.
            - Você não acha que tem muitos amigos homens? – perguntou ciumento.
            - Não, só o Yuri e o Dan, eu acho.
            - Sei, sei. – comentou fazendo uma careta.
            Helena bocejou novamente, acabaria dormindo ali se Will a deixasse. Estava muito cansada, pois não havia conseguido dormir direito pela noite.
            - Não dormiu bem?
            - Não, esse sofá é muito ruim.
            - Ah é?
            - Uhum, você é mais confortável e aconchegante que esse sofá. – comentou, fechando os olhos. – Posso dormir? – pediu.
            - Pode. – concordou sorrindo.
            Will assim que concordou a envolveu um pouco mais, tentando deixá-la o mais confortável possível. Enquanto ela lentamente começava a dormir ele tentava entender a relação que possuíam. Era algo extremamente esquisito do seu ponto de vista, uma vez que nem parecia que haviam brigado pela manhã. Eles começaram a se tratar com tanto carinho de um dia para o outro que para ele aquilo parecia meio que sem explicação.
            Fazia 10 minutos que Helena pegara no sono quando alguém abriu a porta e entrou no quarto. Ao principio Will não se importou muito pensando que talvez fosse uma enfermeira, mas repentinamente ele sentiu que estava sendo fuzilado por alguém e decidiu abrir os olhos. Assim que abriu se surpreendeu. Quem estava ali, a olhar atônito para ele e Helena, era Danniel.
            - Vamos conversar na saída de emergência. – foi à única coisa que o rapaz disse antes de sair pisando forte do quarto.
            Como Helena já estava dormindo e Will estava receoso em acordá-la, ele a ajeitou cuidadosamente no sofá e levantou-se. ‘O que será que esse cara quer conversar comigo?’, se perguntava. Ambos haviam se encontrado apenas duas vezes, então qual era o motivo de tal conversa?
            “Parece que te conheço desde sempre.”

[Se...] 5º Capítulo


5º Capítulo – Confiança?
“Obrigado, por todos os momentos que passamos juntos”
- Mama, o que aconteceu? – perguntou Helena rapidamente ao encontrar a mãe no corredor do hospital. Anita aparentava estar frágil, mas já se recompusera do susto. Ela olhava para Lena tentando contar o que havia ocorrido, porém o seu coração ainda estava um pouco temeroso.
            -Seu irmão idiota, e aquela moto mais idiota ainda.
            - Ãh? – perguntou não entendendo.
            - Seu irmão saiu com aquela moto. O sinal ainda estava verde, mas o carro da outra faixa cruzou e bateu com tudo nele. Mas, gracias a Diós ele está bem.
            - Quer ir para a casa descansar um pouco?  - perguntou preocupada com a aparência da mãe.- Eu fico com ele.
            - Não precisa querida, mais tarde eu vou. – disse tentando tranquilizá-la.
            - Ok, mas você vai e eu durmo aqui com ele, ok? – perguntou fazendo aquela cara de quem não aceita um não como resposta.
            - Certo, certo. Aceito sua ‘proposta’. – concordou abrindo a porta para que a filha entrasse.
            Ao entrar no quarto, Helena notou a cor pálida do irmão, assim como o gesso na perna e no braço esquerdo, além dos pontos na testa e algumas queimaduras.
Rafael tinha 22 anos e um brilhante futuro pela frente como arquiteto. Morria de ciúmes da irmã, portanto nunca a apresentava para os seus amigos, inventando sempre alguma coisa pra ela fazer fora de casa quando eles iam visitá-lo.
- Ei, oi linda. – sussurrou com voz fraca.
- Por que não me chamou quando isso aconteceu? – perguntou sentando-se no sofá ao lado da cama, pegando assim a mão ‘boa’ do irmão. Ela olhava-o entristecida e preocupada com o seu estado, o fazendo se sentir um lixo por ter feito ela se preocupar.
- Não queria te atrapalhar, sei que você estava com os seus amigos.
- Bobo, você sabe que você é mais importante. – sussurrou com voz de choro.
- Sei, mas não queria te preocupar. – disse limpando uma lágrima do rosto da irmã. – Não chore por isso, eu estou aqui, bem ao seu lado. Esqueceu? Eu sou o mais importante, não importa o que aconteça eu sempre estarei aqui. – comentou.
- Convencido. – disse rindo um pouco. – E então, vai me contar o que aconteceu? – perguntou tentando conter a tristeza em seu coração para que assim ela pudesse ser a sempre bem humorada e forte irmã que Rafael esperava que ela fosse.
Assim, com conversas e risos, Helena e Rafael passaram a noite fortalecendo ainda mais seus laços de irmandade. Mas, mesmo relacionando-se bem com o seu irmão Helena sabia o que deveria a todo custo ocultar do conhecimento do irmão, e esse algo certamente era Will.

Willian chegou a casa mais feliz que criança quando ganha doce. Ele havia desistido de achar uma razão para a saída rápida de Helena, se contentando apenas com aquele sentimento que perfumava seu coração.
            Assim que entrou encontrou Kingone com uma expressão de contentamento. Pelo jeito a tarde do amigo também havia sido ótima. Eles trocaram rápidos olhares subentendendo-se que necessitavam por pra fora toda aquela felicidade que habitava seus corações.
            - Quer fazer isso agora ou depois? – perguntou para Kingone, voltando da cozinha com um copo de água.
            - Agora é melhor. Nossos pensamentos estão mais calmos e frescos. – respondeu Kin, apontando para o sofá.
            Acomodou-se lentamente no sofá, pensando na melhor forma de contar o que acontecera para o amigo. Detalhou claramente para Kin toda a sua tarde e a explosão de sentimentos que sentiu quando beijou Helena, assim como toda a sua preocupação e zelo para com a menina.
            Kingone permaneceu calado enquanto o amigo falava. Sabia que Willian era teimoso demais e não admitiria que estava apaixonado. Pelo jeito ele teria que usar algumas táticas de sua mãe, que era psicóloga.
            - E então Kingone? Qual é o seu veredito?
            - Você a deseja muito. Entretanto é só desejo, nada de paixão, nada de amor.
            - O QUÊ? – questionou assustado. – Você disse que eu estava apaixonado por ela e agora diz que é só desejo? Como vou olhá-la novamente? – perguntou entristecido.
            O amigo silenciou-se por alguns segundos, pensando se era o certo o que ele estava fazendo. Estava o enganando, mesmo que fosse para o seu próprio bem e o de Lena. Será que isso era certo?
            - Will, pense bem no que eu vou dizer pra você agora. A Helena é linda, fofa, inocente, amorosa. Se você realmente a ama sei que sentiria muito mais do que zelo e preocupação. Quando se ama alguém você sempre está feliz independente da sua situação. Você vê felicidade em tudo e em todos, e só de pensar em quem se ama seu coração bate, mais bate tanto que parece que vai fugir do seu peito.
            - Kin, não comece com os seus dilemas esquisitos. Você agora está me dizendo que o que eu sinto pela Helena não é amor, mas sim desejo. Como você quer que eu encare isso?
            - Como o homem que eu sei que você é.
            Will olhou espantado para o amigo. Kingone nunca disse nada como aquilo para ele, mas como queria acabar com aquele assunto perguntou ao amigo o motivo da sua felicidade.
            - E você? Qual é o motivo deste sorriso amarelo? – perguntou calmamente. – Luna?
            - Luna, certo. – sorriu contente.
            - Que bom que você está feliz Kingone.
            - Feliz não, explodindo de felicidade.
            - Mas o que aconteceu com vocês dois?
            Kingone levantou-se, abriu a sacada do apartamento deixando o ar frio do outono tomar conta do ambiente. Olhou a lua brilhante lá fora, sorrindo apenas ao pensar no que sentia por Luna.
            - Na verdade nada. Apenas me dei conta que preciso dela mais do que tudo. Preciso dela porque a amo, porque sinto um grande reboliço quando estou perto dela e principalmente porque sei que ela sente o mesmo por mim. Quando ela me olha com aquele olhar de paixão eu me derreto todo.
            Will riu da alegria do amigo. Era incrível ver Kingone feliz daquele jeito.
            - Que maravilhoso Kin. Acho que é a primeira vez que te vejo assim.
            - É, eu também. – disse rindo – Que bom não é? Estar apaixonado assim por alguém é incrível.
            - Uma sensação única, certo?
            - Sim. Ainda bem que vivemos em pleno século XXI, pense se vivêssemos antigamente.
            - Em qual sentido Kin? – perguntou Will pensando seriamente no que o amigo queria dizer.
            - Pense se vivêssemos naquela época em que o casamento era arranjado e não podíamos nos casar com quem amávamos de verdade.
            Por algum motivo não revelado Willian tornou-se repentinamente vermelho de raiva. Levantou rapidamente do sofá e foi até a janela e ficou observando a rua por alguns segundos. Realmente Kingone poderia ter sido mais feliz não tocando em um assunto como aquele, porém nada poderia fazer sobre isso já que o amigo nada sabia da sua infelicidade.
            - Algum problema Will? – perguntou Kin estranhando a atitude do amigo.
            - Nada não. – disse omitindo. – Que tal irmos à casa do Yuri? – perguntou tentando desviar o foco da conversa.
            - Por mim tudo bem. Ele ligou aqui antes de você chegar.
            - Hum, ele deve ter ligado para o Renato, o Kauê, a Lisandra e o Rafael também. Talvez ele queira uma pequena festinha. – concluiu.
            - Na verdade não.
            - Não? – perguntou intrigando-se com a chamada de Yuri.
            - Não. O Rafael se acidentou com a moto hoje de tarde. Está no hospital. O Yuri quer visitá-lo amanhã e perguntou se queríamos ir junto.
            - Se acidentou? Como?- perguntou já um pouco aflito. Will sabia que há tempos a mãe de Rafael queria dar aquela moto por ter medo do filho se acidentar.
            - O Yuri disse que segundo a mãe do Rafa a culpa foi do carro. Ele queria ir lá hoje, mas a Tia Anita disse que seria melhor esperar um pouco. Na verdade o Yuri falou que estava mais preocupado com a irmã do Rafa.
            - Yuri e o Rafa são amigos desde o maternal, não é?
            - Uhum. Por isso que o Yuri se preocupa com a irmã dele. Segundo ele os dois não se largam desde criança e sabe que ela sofre por ele, assim como também sabe que ela é mais forte do que aparenta ser.
            - A irmã do Rafa... Nós nunca a conhecemos. – comentou Willian pensando em como poderia ser a irmã do amigo.
            - É mesmo. A Tia Anita disse uma vez que o Rafa tem muito ciúme dela, por isso quando vamos lá ela nunca está. – comentou rindo.
            - Como será que ela deve ser? – se perguntou Will. – Bom, melhor eu ir tomar um banho, já que pelo jeito não vai rolar irmos no Yuri. Temos que descansar.
            - Mas hoje nem é sábado. – comentou Kin rindo da expressão que Will fez.
            - Sem gracinhas Sr. Kingone. – disse indo até o seu quarto. – Vamos ver o Rafa que horas amanhã? – gritou do quarto enquanto pegava um pijama.
            - Lá pelas 10 da manhã. Tem exame amanhã e nós não ficamos. – comentou relembrando o amigo.
            - Ok. – concordou entrando no banheiro.
            Nem parecia que já estavam no meio do segundo bimestre. Tanta coisa havia acontecido em tão pouco tempo que nem parecia que havia conhecido Helena há quase um mês. Embora aquela água quente que lavava seu corpo não estivesse surtindo o efeito desejado de acalma-lo, pela primeira vez em muito tempo Will tratou de esquecer o telefonema de sua mãe enquanto tomava banho. Não era necessário se preocupar com aquilo. Não era necessário enquanto ele tivesse Helena, mesmo que ainda tentasse entender o que ela significava para ele.
            “Eles estavam com os olhos fechados e apenas deixaram o momento acontecer não interrompendo aquele beijo que ambos queriam.”
           

[Se...] 4º Capítulo


4º Capítulo – Namorados?
“Aquele momento ficara para sempre em minha memória”.

            Estavam a três dias do tão esperado acampamento, e Kingone só podia agradecer aos céus pelo maravilhoso presente recebido. Se não fosse por Luna e companhia, nunca que ele conseguiria organizar o evento em tão pouco tempo.
            - Que tal? Somos um bom grupo não? – perguntou Kingone a Luna enquanto terminavam de separar o dinheiro para a compra dos materiais.
            - Claro, somos o melhor grupo que já existiu. – disse sorridente para ele. Algo naquele rapaz deixava Luna com borboletas flutuantes no estômago.
            - Mas quem nós mandaremos comprar o resto do material para gincana?
            - Que tal a Helena e o Will? – sugeriu Pietro, se intrometendo.
            - A Helena e o Will? Mas desde aquele dia eles não estão se dando bem. – comentou Nina.
            - Por isso mesmo cravo florido do meu jardim de outono, eles devem se acertar, independente do que aconteceu naquela cozinha.
            - Mas ele tentou beijar ela. – comentou Kin, despertando a atenção dos outros.
            - Beijar? – questionaram todos. Helena não havia falado nada pra eles.
            - É, e a Lena disse pra ele esquecer de novo sobre o que aconteceu.
            - De novo? – todos estavam surpresos, não sabiam nada daquela história.
            - Como assim de novo? – perguntou Julia. O que estava acontecendo com Lena e Will afinal?
            - Eles não sabem o que aconteceu naquele dia na escada. – falou Nina para Kingone. – Eu sei do ocorrido porque eu vi.
            Nenhum deles entendia o que Nina e Kingone estavam dizendo, menos Luna que havia ouvido um breve relato de Kin no dia em que foram ajeitar as coisas do acampamento no seu apartamento. Qual era a relação entre Helena, Will e o verbo beijar?
            Nina e Kingone apenas se olhavam como cúmplices de um ato que não deveria ter acontecido. A única coisa que restava para ambos era explicar para o resto do grupo o que acontecia entre aqueles dois. Talvez eles conseguissem fazer aquele relacionamento virar algo sincero.
            - Os dois se encontraram pela primeira vez já faz alguns dias. Foi algo simples, mas que causou um grande estrago. Will estava descendo a escada e Helena...
            - Estava me esperando na frente dela – completou Nina.
            - Então o cabeçudo do Will tropeçou no próprio cadarço e tombou pra frente e foi parar ‘nos braços de Helena’. Só que, como os dois se desequilibraram e coisas do gênero...
            - Quem se desequilibrou e coisas do gênero? – perguntou Will interrompendo a fala do amigo.
            O grupo gelou na hora. Ninguém se atrevia a olhar para ele.
            - O que aconteceu aqui? – perguntou Helena um pouco atrás do menino. – Por que estão com essas caras?
            - Sabe como é Helena, acabamos de lembrar que faltam algumas coisas para comprar. Por que vocês dois não vão juntos, já que chegaram atrasados? – perguntou Luna, ágil como sempre.
            - Acho que...
            - Claro que sim. – respondeu Will interrompendo Helena.
            ‘Por quê? Por que você me interrompeu? Eu não quero ficar ao seu lado. Eu não quero.’, pensou Helena enquanto ouvia as instruções de Kingone. Ela não queria admitir, mas ficar perto de Will mexia demais com seus sentimentos. Mesmo que ela o tivesse perdoado, desde aquele dia ela não conseguia ficar muito tempo perto dele. Seu coração batia muito forte, ficava corada, e isso a irritava e, por fim, ela acabava descontando naqueles que estavam perto. O que ela estaria sentindo por ele?

            Após saírem, todos ficaram se perguntando se mandar os dois juntos para as compras tinha sido uma boa ideia. Não sabiam o que poderia acontecer, já que desconheciam as verdadeiras intenções de ambos.
            Helena seguia Willian calmamente, lutando para afogar seus questionamentos. Não queria estar ali. Além disso, não conseguia entender o porquê de sentir borboletas no estômago cada vez que olhava para ele. Repentinamente parou, tentaria um jeito de se livrar dele.
            - O que foi Helena? – perguntou ao perceber a parada da menina.
            - Por que estou seguindo você? - perguntou com cara de brava.
            - Oras bolas menina, pare de birra e venha logo. – disse não a compreendendo. Para ele, ela estava magnífica fazendo aquela expressão.
            - Me dê três motivos para eu ter que seguir você. – falou irritada. Estava perdendo, aos poucos, o pequeno pedaço de juízo que ainda tinha.
            - Então tá. – concordou chegando mais perto – 1º: Eu estou com o dinheiro; 2:º Eu estou com a lista de compras; 3º: Eu sou mais velho que você, por isso o Kingone confiou isso para mim.
            Helena olhou-o incrédula. Willian certamente queria enlouquecê-la. Contudo não adiantava nada ela querer fazer birra com ele, aqueles eram motivos suficientes para que ela ficasse quieta.
            - Ok. – bufou – Então, qual é o primeiro item?

[Se...] 3º Capítulo


3º Capítulo – Esqueça mais uma vez
“Isso não é o certo. Por favor, não maltrate nossos corações”.

            O céu estava nublado e as lágrimas das nuvens caíam sem demora e piedade sobre aquela sombria cidade em pleno outono. Estava frio, e todo aquele tempo poderia ser um sinônimo de resfriado. Entretanto os universitários não estavam se preocupando com isso, queriam a todo custo que o acampamento saísse.
            Era realmente difícil unir todo o Campus da Universidade para uma atividade conjunta, e quando surgiu à ideia de um acampamento, por parte dos alunos de Engenharia Química, todos os outros cursos agarraram aquela ideia como se fosse um ponto brilhante de esperança que traria divertimento e atividades sociais, como se fosse à esperança para o fim daquelas ridículas e toscas rixas. 
            Entretanto muito ainda devia ser visto e arrumado, o que estava deixando Kingone louco. Tantas inscrições a recolher, divisões de grupos, atividades, que ele e os outros representantes não estavam dando conta do recado.
            Ninguém mandou ser o mais responsável, eleito o organizador e presidente daquela união estudantil. Agora era ele o único que pagava pelo excesso de confiança que passava aos outros.
            Aquela quarta-feira não era nem um pouquinho diferente do que os outros dias haviam se tornado por conta do acampamento. Mal conseguia dormir, comer e pensar em outras coisas que não fossem aquele maldito encontro de cursos. Estava tão distraído que não percebeu que Helena o chamava.
            - Ei, Kingone! – chamou-o pela quinta vez e não obtendo resposta cutucou forte.
            - Ah? Oi Helena. – respondeu acordando do transe que se encontrava.
            - Kingone você não está bem. Está escrito isso em seu rosto. Você precisa de ajuda, e é isso que nós estamos oferecendo a você. - disse diretamente e sem demora.
            - Ãh? Como assim Helena? Não estou entendendo. – perguntou para a menina que há poucos dias conhecera.
            - Segundo nossa representante de turma você está com problemas em organizar as inscrições, os grupos, e as atividades que cada curso desempenhará. Por isso, nos deixe ajudar. Dói ver que você está deprimido e sofrendo.
            - Você não deveria se preocupar com isso. – a respondeu sorrindo – São meus problemas, Helena, não seus e de suas amigas. Por serem meus eu mesmo tenho que dar um jeito de arrumá-los.
            - Podem não ser os nossos problemas, mas queremos realmente te ajudar. Apenas queremos que esse acampamento seja o primeiro de muitos, e que eles nunca esqueçam o quanto pessoas como você trabalharam para que ele desse certo. – respondeu Luna que surgia atrás de Helena.
            - Não seja tolo e aceite. – disse Pietro – Não é sempre que meninas lindas vem oferecer ajuda a caras como você.
            - Pietro, por favor, menos. – Nina sussurrou repreendendo-o. – Vamos Kingone, queremos te ajudar. Aceite isso como uma bonificação por conversar conosco.
            Kingone olhou ao seu redor e constatou que todos aquelas pessoas só queriam que o acampamento desse certo, nada mais que isso. Estavam prontos para ajudar mais do qualquer um de seus amigos.
            Luna mantinha os olhos fixos em Kingone, tentando entender seus pensamentos. Desde que se encontraram pela primeira vez ela arriscava compreender o que aqueles olhos brilhantes tentavam dizer pra ela. Ela havia se apegado a eles, como alguém se apega a um bicho de pelúcia, e vê-los aparentemente tristes e cabisbaixos a deixaram completamente sem chão.
            Helena observava o destino dos olhos da amiga com um grande sorriso no rosto. Todas sabiam que Luna precisava muito ser amada, respeitada e admirada, e Kingone parecia a melhor pessoa para ocupar o coração da pequena.
            - Acho que não poderei recusar essa proposta. – respondeu vencido. – Querem começar já?
            - Óbvio. Quanto antes melhor. Vamos fazer esse acampamento ser o melhor de todos! – respondeu Luna com um enorme sorriso no rosto.
            Com o consentimento de Kin, seguiram todos até a sala vaga mais próxima e postaram-se a organizar as fichas, para assim poder dividir os grupos. Pelos olhares cativantes trocados por Kingone e Luna, uma coisa os demais presentes tinham certeza: aquela semana seria inesquecível.

            Por mais que ele tentasse encontra-la parecia impossível. Nenhum lugar aparentava ter seu brilho, sua presença e principalmente sua imagem e alma. Desde aquele dia nada mais se encaixava, nem mesmo seus pares de meia.
            Will achava aquilo até um pouco ridículo. Nunca fora de se apaixonar e cometer loucuras inclusive em seus pensamentos.  Entretanto, será que aquilo era mesmo amor?  Certamente não.
            Os dias foram passando e ela foi ficando esquecida. Acabou virando apenas um nome, sem um rosto, um leve borrão em sua mente. Caiu no esquecimento, não total, mas gradativo, como uma pequena paçoca virando aos poucos uma farofa.
            A mente humana é complicada, ainda mais quando resolve entrar em confronto com o coração. Era o que estava acontecendo com ele.  Na verdade ele sabia que não podia estar com ela, era errado e certamente só a machucaria, mas porque era tão impossível apaga-la por completo de seu coração?
            - O que tanto pensa Willian? – perguntou Kingone, entrando em casa com uma pilha horrenda de papéis – Talvez uma forma de me ajudar?
            Will achava incrível Kingone sempre aparecer quando ele estava em uma luta inconsciente com a sua mente e coração. Para ele a sensação era de que o amigo o conhecia tão bem que sabia todos os seus males apenas ao olha-lo.
            - Quer esquecer a sua batalha mental e vir me ajudar? – perguntou novamente Kingone – Faça alguma coisa de útil, assim você não pensa no que poderia estar pensando. – disse por fim.
            - Você só quer um ajudante isso sim. – disse birrento.
            - Não, tenho muitos agora, na verdade muitas. – concluiu entregando uns maços de papéis para o amigo, que espalhou sobre a mesa de cozinha.
            - Como assim?
            - Algumas pessoas viram que eu estava sofrendo, ficando nervoso, irritado e estressado essa semana, e perguntaram se eu não queria ajuda. O mais incrível é que nos nem convivemos juntos e só conversamos uma ou duas vezes.
            - Não vai me dizer quem é?
- Mas eu já dei dicas muito importantes e simples. Aliás, eles estão vindo pra cá agora. Ainda bem que a Mari veio limpar a casa hoje.
            - Como assim? Aqui? Vão fazer o que aqui? –perguntou.
            - Vamos achar a melhor forma de separar os alunos em grupos. E prepare-se, você vai fazer uma comida majestosa para nós.
            - Ok, Único Rei! – disse brincando com o nome do amigo. – Mas vou ao mercado então, não tem nada na nossa reserva de energia (vulgo geladeira).- afirmou pegando a carteira e sumindo pelo corredor.
            “Vamos pelo menos assim você a esquece e, além de esquecê-la, conhece gente nova”, pensou motivando-se enquanto se acostumava com o aconchego da noite que lentamente chegava.

[Se...] 2º Capítulo


2º Capítulo – Um novo começo?
“ Fique ao meu lado até o sol nascer, pela última vez.”
            Os dias que se seguiram foram angustiantes. Will aparentava ser um espantalho que passou o fim de semana inteiro a espantar o corvo de sua plantação, ou no caso dele, a espantar estranhos pensamentos e imagens. Já Helena aparentava estar radiante por fora, mas seu interior estava mergulhado em indecisões. Agradecia a Deus por conseguir fingir que tudo estava bem.
            O problema para eles teve seu inicio no começo da semana, após o ocorrido, e se repetiu pelo restante dos dias. Will pegava o transporte coletivo, no Terminal Central. Helena se juntava ao comboio um pouco mais tarde. Ao saírem do mesmo acabavam trocando olhares que os deixavam sem reação, e totalmente vermelhos, fingindo não se conhecer. Entretanto, mesmo com esforços, acabavam se lembrando do ocorrido e começavam a se perguntar o que poderiam fazer, pois ele estava se tornando um louco por não compreender aquela situação, e ela começava a se sentir errada por ter tais pensamentos sobre o menino.
            - Como posso fingir que nada aconteceu se cada vez que eu respiro eu penso nisso? – proferiu pensando alto.
            - Tá falando comigo ? – perguntou Kingone.
            - Ah! Esquece. – dizia por fim Will cansado de seus próprios questionamentos. - Kingone acho que vou virar padre. (...)
            - Nina acho que vou virar freira! – dizia Helena.
            - Não adianta! O que te aflige continuará na sua cabeça mesmo que você se enclausure. – respondiam achando ambos bobos demais por manterem seus problemas trancafiados em seus corações.
            Will enfrentava um dilema em sua vida, um dilema que nem em seus sonhos conseguia se ver livre. “Naquela fraca luz vinda da porta, não sei como seus olhos se transformaram em um azul céu que capturaram a minha sanidade, assim como seus lábios capturaram o meu desejo. Se você não me der à resposta para este tormento não conseguirei libertar-te de meus pensamentos”, mentalizava Will tentando inutilmente dormir.
Parece que foi ontem, e hoje já é difícil pensar em mim sem pensar em nós, este nós que não existirá.”

            Uma nova amanhã havia chegado, e aquelas semanas sem dormir transpareciam nos olhos do pequeno mancebo que se irritou ao pegar o transporte coletivo com a aparente radiante menina problema. Chegando a Universidade o rapaz desceu rapidamente do ônibus, rumando assim para a sua sala de aula. Entretanto, ao perceber a demora ao ser ultrapassado pela menina problema, o que ocorria todos os dias, virou-se para tentar encontra-la.
            Helena ainda estava passando pela roleta do ônibus. Era a última passageira daquele motorista aparentemente apressado. “O que ela está fazendo?”, pensou se aproximando do ônibus, “Se ela não se apressar...”, contudo este último pensamento veio tarde demais.
            Chegando até a porta Helena calmamente colocou seus pés na calçada sendo surpreendida ao não conseguir avançar, sentindo um forte puxão nas costas. O cobrador, que parecia ser um homem extremamente ‘sensível’ havia dado sinal ao motorista para que o mesmo fechasse a porta, o que fez com que ela ficasse com a bolsa presa. Tentando em vão tirá-la dali acabou se desequilibrando, torcendo assim seu tornozelo direito.  (Na realidade isso parece ser muito cômico, desesperador também, mas ainda assim cômico).
            Will olhou para ela meio desesperado e foi em sua direção. Não estava gostando nem um pouco de vê-la naquela situação incomoda.
            - Você está bem? – perguntou, observando aquela expressão de dor dela. – Ei! DÁ PRA ABRIR ESTÁ PORTA?- gritou ao cobrador que atendeu prontamente o seu pedido.
            Ao abrir a porta, a bolsa de Helena se soltou fazendo com que ela topasse com o meio fio e perdesse completamente o controle acabando por cair inteiramente sobre Will, que a envolveu fortemente pela cintura. Dois corações pulsavam compassados, em ritmos frenéticos, como se fossem feitos para tocarem a mesma sinfonia, como se fossem um só. Os dois mantiveram um contato visual interminável, ele observando aqueles límpidos olhos azuis, ela aqueles brilhante mar castanho escuro. Se Deus tivesse dado a oportunidade ficariam daquele jeito para sempre.
            - Dá próxima vez tenha mais cuidado. – gritou o cobrador da janela do ônibus que já partia.
            - Tortuguita – sussurrou brava, olhando e se perdendo novamente nos olhos de Will.
            Por algum motivo os olhos do menino tranquilizaram Helena de um jeito que nem o seu irmão e seu melhor amigo conseguiam. Percebeu então que estavam abraçados no chão ficando rubra pela situação. Desgrudou-se do menino lentamente, pois seu tornozelo doía muito, além de que algo em seu coração pedia para não tirar os olhos daquele viciante mar castanho.
            Ele ajeitou-se, ajudando a se levantar e a sentar nos bancos ao lado do ponto de ônibus. Will queria ver se estava tudo bem com ela, tendo a permissão transmitida pelo olhar de Helena para prosseguir. Com isso levantou um pouco a barra da calça dela, abaixou à meia, e notou que o tornozelo dela estava levemente arroxeado.
            - Consegue andar? – perguntou preocupado.
            - Acho que sim. Não foi tão forte. – concluiu levantando e dando alguns passos para confirmar. “Com tantas pessoas na faculdade, por que foi você que me ajudou? Por quê? Você é quem eu devo esquecer”, pensava Helena.
            - Tem certeza. – questionou ao ver sua cara de dor.
            - Uhum – sussurrou – Obrigado pela ajuda.
            - Não foi nada – disse sem jeito.
            Mancando calmamente Helena dirigia-se para a sala de aula sendo vigiada por ele. A dor era forte, porém devia se manter firme fingindo estar bem, pois não pediria ajuda a ele, alguém que jurara fingir que não conhecia. Entretanto, atento a todos os movimentos dela, Will percebeu o quanto estava doendo, chegando mais perto e encaixando de surpresa seu ombro no braço dela, sustentando-a.
            - Pare de fingir e não recuse minha ajuda. – falou, antes que Helena lhe desse uma bronca, o que não aconteceu.
            - Ok – sussurrou, vencida, o assustando por sua atitude – Qual é o seu nome?
            - Willian Kang e o seu?
            - Helena – cochichou.
            - Me responde uma pergunta? – questionou com uma cara engraçada.
            - Dependendo.- disse Helena com uma expressão de sapeca.
            - Por que você chamou o cobrador de ‘Tortuguita’?
            - Ah, isso! – exclamou com um belo sorriso no rosto – É por causa da propaganda do chocolate: ‘Estúpida’. – respondeu abrindo ainda mais aquele sorriso que foi respondido por ele, ficando calada logo em seguida.
            O caminho até a sala de aula foi conturbado por emoções, sentimentos e batimentos cardíacos acelerados. Aquele rosto conhecido por sua brancura, incrivelmente ganhara um leve rosado. Will estava a se tornar o homem com a alma mais pura do mundo. Já Helena estava como um pimentão e sabia que pelo jeito não poderia mais fingir que não o conhecia. Os dois juntos pareciam um belo casal atrapalhado e completamente apaixonado que apenas ao trocarem olhares ruborizavam por inteiro.
            - Helena? – chamou aquela voz que a arrepiava – O que aconteceu?
            - Ah. – sussurrou assustada – Ah, oi Dan, ^^! Tudo bem? – respondeu animada.
            - Sim, sim. O que houve? – perguntou o moço, que aparentava ser mais velho que Will.
            - Torci meu tornozelo quando fui descer do ônibus e o Will está me ajudando a ir para a sala. – disse calmamente.
            Ao ouvir seu nome pronunciado por seus lábios rosados uma chama acendeu e iluminou o coração de Will, arrebatando a alma de seu corpo. Realmente ele estava ficando louco, um louco por não saber o que sentia. O rapaz que havia perguntado a Helena como ela estava se aproximou mais do aparente ‘casal’ e encarou fixamente Will e seus braços intrusos que sustentavam Helena.
            - Você pode ir agora. Eu a levarei até o seu destino. – proferiu a Will, o afrontando.
            - Não tem problema, estamos indo para o mesmo lugar. – “Quem é você, seu estranho?”, questionava internamente.
            - Não. – respondeu, tirando os braços de Will que estavam ao redor do corpo de Helena tomando assim seu posto – Meu dever é protegê-la. – sussurrou a carregando até o bloco Q.
            Willian não conseguia entender os motivos que levaram aquele cara a agir daquela forma, mas independente disso ele havia se irritado muito com a arrogância que o rapaz demonstrou. Por que ele, Willian, não poderia ajudar Helena? O que ele havia feito para ser tratado daquela forma por um cara como aquele?
            Helena apenas olhou para trás tristemente, o movimento de seus lábios formavam um “Me desculpe”, permanecendo com um semblante arrasado. “Quem esse cara pensa que é para roubá-la assim de mim?”, pensou com os nervos à flor da pele. “Ninguém rouba o que é meu! O que é isso Willian? Desde quando ela é sua? Pare de pensar coisas estranhas, pare!”, retrucando assim entrou em sua sala.
            “Foi uma pequena emoção, mas inesquecível”.